Apes divulga resultado de pesquisa com associados

A Associação dos Procuradores do Estado do Espírito Santo (Apes) já tem o resultado da pesquisa realizada com os procuradores associados. O levantamento teve uma boa adesão e contou com a participação de 84 colegas, representando 74% dos membros ativos.

Um dos destaques é o altíssimo nível técnico dos entrevistados. Nada menos que 89% dos procuradores possuem algum tipo de pós-graduação (quase 65% têm pós lato sensu, 19,5% são mestres e 5% possuem doutorado, sendo um, inclusive, PhD).

Ao mesmo tempo em que a pesquisa traz dados positivos da visão dos procuradores sobre a carreira, é possível perceber também dados preocupantes, como a insatisfação com o cargo. Pelo resultado, 70% disseram estar insatisfeitos ou pouco satisfeitos em serem procuradores do Estado do Espírito Santo. Apenas 3,6% dos participantes consideram positivos o tratamento institucional do Governo à PGE e a remuneração atualmente recebida. Por outro lado, quase 97% demonstraram insatisfação total (79,5%) ou parcial (16,9%) com o tratamento recebido do Governo, sendo que, na questão remuneratória, os mesmos 97% disseram estar total ou parcialmente insatisfeitos.

A maior parte dos que responderam ao questionário considera que a estrutura de informática disponibilizada para o trabalho é boa ou regular (rede, PGENET, computadores, impressoras), bem como o espaço físico reservado aos procuradores na PGE. Por outro lado, o gerenciamento e a quantidade de pessoal de apoio e a resposta de Secretarias de Governo às solicitações da PGE para preparação de defesa foram reprovadas pela maioria.

Para o presidente da Apes, Leonardo Pastore, uma constatação em especial merece reflexão por parte da categoria: a de que a Procuradoria é formada por profissionais jovens que, em sua maioria, estão insatisfeitos. “Apesar do perfil jovem (75% dos membros possuem menos de 15 anos de PGE), 70% estão insatisfeitos ou pouco satisfeitos do ponto de vista geral, sendo que a maioria (55%) considera a demanda de trabalho excessiva e 76% acham que a remuneração desproporcional com a responsabilidade do cargo é a principal causa de evasão da carreira. É um resultado preocupante. Vivemos uma realidade de profissionais extremamente desmotivados, mesmo muito jovens ainda e com muita estrada pela frente. Pensando em longo prazo, como este quadro impactará o futuro da PGE? Caso os gestores não se sensibilizem com a situação, a assessoria jurídica do Estado será prejudicada”, avalia Leonardo.

A mensagem que fica, segundo o presidente da Apes, é de que a classe precisa ser motivada frequentemente. “Entendemos que a insatisfação demonstrada pelos colegas não merece ser tratada como uma ‘questão menor’, corporativista ou desconectada da realidade do Estado. Uma instituição é feita de pessoas, que esperam ser motivadas e reconhecidas de modo concreto, naquilo que entendem que é importante para o bom desenvolvimento do trabalho e de suas vidas”, afirma.

Os resultados da pesquisa serão encaminhados ao Governo do Estado e ao Procurador-Geral do Estado com a intenção de fomentar o debate sobre o futuro da Procuradoria-Geral do Estado e, dessa forma, atingir o objetivo maior de oferecer um serviço público de qualidade em prol da população.

Veja o detalhamento do resultado:

10 – Quanto aos aspectos relacionados à estrutura física, material e humana da PGE-ES, como o(a) Sr.(a) avalia cada os seguintes itens: